quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Amanhã estreia o espetáculo "As Velhas"

Estamos em contagem regressiva para a estreia do espetáculo "As Velhas", amanhã, 18/11, no teatro SESC/SENAC Pelourinho, às 20h. Para entender parte da trama, vale a pena ler o texto da assessora de impressa que relata um dos principais conflitos da história, a relação entre as mães Mariana (Cláudia Di Moura) e Ludovina (Andrea Elia).


Duelo de atrizes

 
Ao fundo Mariana, em primeiro plano Ludovina
Foto: Adenor Godim
Na trama, Mariana é uma mulher massacrada pela moral. “Ela é tão calcificada pelo sistema conservador que acaba se arriscando a também ficar sem os filhos. Então esta grande perdedora se vê envolvida em mais uma armadinha”, diz a intérprete da personagem, Cláudia Di Moura (Braskem de melhor atriz por Policarpo Quaresma). A artista conta que teve um primeiro contato com a dramaturgia de Lourdes Ramalho em 2003, quando fez a leitura de um texto da escritora.
 
“Ao me assistir na leitura, o ator Urias Lima me disse que eu precisava conhecer As Velhas, que eu deveria fazer esta mãe que perde muito da vida”. Quando leu o texto, Cláudia ficou muito mexida, por considerar que ele era atual, na sua abordagem da justiça social e de dramas pessoais. “E Marfuz pega este texto e mostra este homem animalizado, dentro da concepção dele, com uma peregrinação silenciosa, para dentro”, avalia.  
 
A atriz Andrea Elia (de Caso sério) foi arrebatada já na primeira leitura da obra, percebendo a sua personagem, a cigana Ludovina (Vina), como parte de um universo bem definido, com profundo lastro psicológico e que, tendo o corpo aleijado, aguça sentidos para sobreviver. “A história se passa no sertão, mas emana o interno dos personagens e o olhar de Marfuz para o ator instiga a construção da cena”, analisa.
 
Foto: Adenor Godim
A intérprete narra que o diretor convidou a equipe a conhecer mais o sertão, a assistir filmes relacionados ao drama do retirante, a ganhar intimidade com obras como a de Garcia Lorca. “É um momento muito rico quando um diretor abre canais”, considera Andrea. “Se tem um gesto, um olhar, de um ator, Marfuz está olhando”, diz, pela primeira vez junto com o encenador em um espetáculo teatral.
 
O diretor Luiz Marfuz enxerga o teatro como uma arte do diálogo dentro e fora do palco e vê o processo de trabalho como coletivo, com atores, técnicos, criadores, equipe, espectadores: “Hoje se questiona bastante e idéia do diretor sabe-tudo que vem com a concepção pronta e os atores apenas executam. Este nosso processo é um vaivém entre pensar e fazer, construir e destruir, morrer e renascer”. 






Assessoria de impressa do espetáculo

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